quarta-feira, 29 de junho de 2011

Coluna do dia: O PT, a reforma política e a democracia das marionetes



Você vibrou com o fim da ditadura militar e a redemocratização do Brasil?
Você foi às ruas, lutou, participou de comícios e se emocionou com a luta pelas Diretas Já?
Você pintou a cara, fez passeata e brigou com unhas e dentes para tirar Collor do poder?
Você se acreditou e foi à luta pelo Fora Sarney?
Se você disse “sim” a, pelo menos, uma dessas perguntas significa que você gosta da democracia e compreende que é o povo o único capaz de escolher os seus representantes e que, como diz a própria constituição: “Todo Poder Emana do Povo E Em Seu Nome Será Exercido”.
Pois é…
Mas, fique sabendo que há uma classe de pessoas que pensa em você – e no povo – apenas como meros detalhes num grande jogo de poder. Eles querem se perpetuar no governo e desejam garantir, por todos os meios possíveis que os 44% da população brasileira que disseram “não” para a corrupção desenfreada, para os conchavos entre “amigos” e para os “compadrios” entre “cumpanheiros” jamais tenham a chance e se manifestar.
Ao mesmo tempo, eles querem que mesmo você petista – que se sente mal com tanta corrupção, desmandos e com as alianças espúrias com elementos do quilate de José Sarney, Renan Calheiros, Collor e Cia limitada – não tenha qualquer chance de votar numa nova liderança que possa resgatar o partido e trazer de volta os velhos ideais de ética na política que fizeram do PT um partido que se acreditava diferente dos demais.
Como eles planejam isso?
Muito simples. O projeto de reforma política elaborado pelo PT quer jogar fora a pouca democracia que experimentamos e fazer do eleitor um mero formalizador da vontade dos partidos. Ao optar pelo sistema de lista fechada, o PT quer assegurar que todos os caciques políticos de suas próprias fileiras e dos partidos da base aliada tenham sempre um lugar garantido no Congresso nacional.
Aliás, hoje grande parte desses caciques só tem mandato graças ao sistema de voto proporcional, uma vez que quase a totalidade deles não consegue – faz tempo – votos suficientes para se elegerem por suas próprias “virtudes”.
O PT quer transformar o Congresso Nacional num pequeno Politburo com parlamentares eleitos mediante indicação exclusiva dos caciques partidários e onde o voto popular é mero detalhe que disfarça a ditadura partidária instalada, uma vez que não tem qualquer poder para eleger numa nova liderança, uma corrente independente ou mesmo um grande nome que provoque comoção nacional.
Pelo sistema de lista fechada, quem vota é o partido e de acordo com seus interesses. É como se, em um condomínio, alguém chegasse para os proprietários e dissesse: “Este aqui será o síndico. Agora votem nele”.
Para que um candidato tenha lugar nessa lista deverá, antes, atender aos interesses e conchavos do partido. Ficando em segundo plano as aspirações do povo e as necessidades do país.
Portanto, se você não quer ser obrigado a votar e, ainda por cima, sequer poder escolher em quem votar, grite enquanto há tempo e diga não a esse sistema de lista fechada que é uma aberração e uma forma de enganação, pois elimina totalmente a escolha do eleitor das regras do jogo.
Ou então, prepare-se para assumir de vez o “honroso” posto de marionete do partido.
Pense nisso.

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