terça-feira, 31 de maio de 2011


‘O PTB de Mossoró poderá ter candidato a prefeito em 2012’

Ezequiel Ferreira Filho concedeu entrevista exclusiva à GAZETA DO OESTE e falou a respeito dos projetos políticos da legenda
Postado em 29/05/2011 às 11:09 horas por Mário Gerson na sessão Política
LUÍS JUETÊ
Da Redação
política@gazetadooeste.com.b


GAZETA DO OESTE – Como o senhor avalia o trabalho realizado pela Assembleia Legislativa?
EZEQUIEL FERREIRA – Com entusiasmo. A Assembleia é o termômetro da população, pois aqui todos os níveis, econômicos, sociais, religiosos e raciais estão representados. Esta é uma Casa plural. Os debates têm sido, na sua maioria, de alto nível, pois tanto o governo como a oposição querem o melhor para o Estado. Por outro lado, os pronunciamentos e principalmente as audiências públicas têm demonstrado o alto nível dos atuais ocupantes. As comissões permanentes têm funcionado a todo vapor, dando celeridade aos projetos que chegam a esta Casa. A Assembleia tem cumprido o seu papel.

 
GO – O RN vive um momento delicado com tantas categorias em greve e outras indicando a paralisação. Como o senhor analisa o comportamento do Executivo na condução desta crise administrativa?
EF – Nenhum governo gosta de greve, nem tampouco a população que é a mais prejudicada. Eu entendo, que o sentimento dos grevistas é a quebra da palavra do governo do Estado. Neste caso, na maioria das vezes, o Poder Executivo enviou ao Legislativo projetos de lei concedendo reajustes a diversas categorias funcionais. Os “grevistas” querem o cumprimento da palavra. Aqui não é o ex-governador Iberê Ferreira ou a ex-governadora Wilma de Faria, ou a atual governadora Rosalba Ciarlini. É o Estado do Rio Grande do Norte. Os professores têm o direito ao Piso Nacional, como determinou o STF. Neste momento é acomodar o direito com o caixa do Estado. O limite de responsabilidade fiscal não deve ser empecilho, pois a própria lei determina outras variáveis sempre a favor dos funcionários, concedendo prazo para que o Estado retorne ao limite prudencial. Vamos dialogar, eu diria. 

 
GO – Quanto às críticas do governo atual em relação à gestão anterior, do qual o senhor fez parte?
EF – Desde que entrei na vida pública e que acompanho a política do Rio Grande do Norte, sempre quem entra diz que recebeu o governo em dificuldades. Recordo-me que José Agripino, quando assumiu o governo pela segunda vez, disse que tinha encontrado um vaso quebrado. E assim sucessivamente... Garibaldi quando assumiu o governo, Wilma quando assumiu e agora Rosalba. É importante os governantes deixarem de olhar para o retrovisor e começar claramente a administrar, mostrando os projetos de desenvolvimento econômico para o Estado.

 
GO – O senhor acredita que o governo do Estado conseguirá com facilidade conquistar a maioria no legislativo?
EF – Uma coisa eu posso dizer: o Governo do Estado não enfrentou nenhuma dificuldade nas matérias importantes encaminhadas à Assembleia. Mesmo o governo só tendo 11 deputados na sua base, todos torcem pelo Rio Grande do Norte. E nenhum faz oposição ao Estado e sim ao governo. Na realidade, o governo tem minoria na Assembleia, mas está nítido que a Casa não terá nenhum problema, diante de matérias enviadas pelo governo, que seja para beneficiar o Estado.

GO – Como o senhor vê a criação do PSD no Estado?
EF – Vejo com tranquilidade a criação de mais um partido, dando oportunidade a população do Rio Grande do Norte ter mais uma escolha. O PSD nasce sob o comando do vice-governador Robinson Faria, de quem sou amigo, e terá nos seus quadros vários deputados que convivo há anos na Assembleia. O PSD nasce no Estado forte.

 
GO – O senhor sempre teve ligações políticas com o vice-governador Robinson Faria. PTB e PSD podem se compor nas eleições municipais do próximo ano, em alguns municípios?
EF – Sim. Não só o PTB e PSD, mas com qualquer outra legenda. Seja ela PMDB, PT, PSB, PR, PP, DEM seja qualquer outra legenda que vier fortalecer o PTB nos municípios. Onde o PTB for mais forte, ele pode ocupar a cabeça da chapa. Onde ele tiver menos força ele pode indicar o vice. Mas, no mínimo o PTB terá uma chapa proporcional sólida para aumentar a sua participação nos espaços políticos nos municípios do Estado.

 
GO – Em Mossoró, o PTB está sendo reestruturado. Qual a orientação do comando à sigla na cidade?
EF – A orientação é uma só. Agregarmos bons nomes, pessoas que queiram entrar no partido para estruturá-lo, dando uma nova musculatura e fazer o partido crescer. Particularmente em Mossoró, pela sua importância política, econômica... O PTB que já foi um partido forte em Mossoró, tem tudo, agora pelas mãos dos novos e antigos companheiros (Paulo Fernandes, Carlinhos, Diassis Vieira, Gerson Nóbrega, Pedro Eugênio, Rivaldo, Gonzaga Chimbinho e Benjamin Machado), para voltar a ser um partido forte. A nossa meta em Mossoró é formar esse bloco, com pessoas que se juntarão para ter uma boa legenda e disputar a Câmara Municipal, um desejo de fazer aí três vereadores e podendo ter sim um candidato próprio a prefeito.

 
GO – Há prioridade do PTB de Mossoró em fazer alguma aliança com partidos que fazem parte da oposição em nível estadual?
EF – O PTB de Mossoró terá carta branca. O único compromisso que as lideranças locais terão é de fazer o partido crescer e ser maior do que é hoje. Portanto, eles terão carta branca para fazer a composição que for mais interessante politicamente para o partido.

 
GO – Qual o balanço que o senhor faz dos primeiros seis meses do governo Rosalba Ciarlini?
EF – Tímido e de dificuldades. O retrato atual não é muito bom. A pesquisa mais recente aponta um índice alto de reprovação. Mas, está cedo. Agora mesmo o RN perdeu o direito de sediar a Copa das Confederações, isto é muito ruim. Mas, o Estado não é apenas a perspectiva da Copa. É um Estado com futuro econômico. Vamos turbinar os projetos das usinas eólicas, concluir o Terminal Pesqueiro e acelerar o Aeroporto de São Gonçalo. Vamos continuar pensando e lutando, pois “desenvolvimento também é questão de mentalidade”...

 
GO – Qual a perspectiva do deputado Ezequiel Ferreira para este mandato na Assembleia Legislativa?
EF – Lutar pela diminuição da desigualdade social no RN. Melhorando a política pública da educação, com o aumento significativo da qualidade de ensino oferecido e superação do analfabetismo. Na saúde, redução dos níveis de morbidade e mortalidade... Melhorando a rede de atenção básica da saúde. Já na segurança, redução do número de homicídio e combate intransigente às drogas. Na área de desenvolvimento econômico, a promoção do adensamento das cadeias produtivas e o fortalecimento dos “clusters” devem ser as prioridades de qualquer governo. Gostaria também de ver a capacitação dos norte-rio-grandenses para o mercado de trabalho será gerado com as ZPEs de Macaíba e Assu, aeroporto São Gonçalo e o aumento da implantação de energia eólica no Estado. O grande mestre da economia brasileira, Celso Furtado dizia: “O problema central dos países subdesenvolvidos é a escolha de uma estratégia de modificações das estruturas e não a formulação de planos convencionais de desenvolvimento”. 

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